Nintendo anuncia sucessor do Wii, mas lucros continuam despencando

TÓQUIO — A gigante japonesa dos jogos eletrônicos Nintendo anunciou nesta segunda-feira o lançamento do sucessor do Wii no próximo ano, ao mesmo tempo em que revelou uma queda expressiva do lucro, que não pôde ser contida pelo lançamento, tardio, do console 3DS.

O lucro da Nintendo no exercício 2010-2011 caiu mais da metade, em consequência do retrocesso de quase 30% do volume de negócios. Segundo o grupo, o console 3DS foi lançado muito tarde e não conseguiu ajustar as vendas.

A empresa informou que em 2012 vai lançar um novo console para suceder o Wii, um modelo que vendeu mais de 86 milhões de exemplares desde que chegou às lojas em 2006.

"Vamos apresentar um protótipo deste futuro produto no salão E3 em junho em Los Angeles e divulgaremos neste momento as características", afirma o grupo nipônico em um comunicado.

Depois de ter seduzido um número considerável de fãs, desde crianças até idosos, o Wii perdeu a atratividade em consequência das insuficientes condições técnicas.

"É cada vez mais dependente dos acessórios que podem ser acrescentados, o que o torna muito caro", explica uma analista.

Tecnicamente superada pelo PlayStation 3 (PS3) da Sony e o XBox 360 da Microsoft, o Wii parece esgotada, apesar de alguns picos pontuais na demanda quando são lançados jogos atrativos.

A empresa vendeu apenas 15,1 milhões de exemplares do Wii entre abril de 2010 e março de 2011, contra 20,5 milhões um ano antes, uma queda que, acumulada às vendas do DS e as efeitos negativos das variações da taxa de câmbio, abalaram as finanças do grupo.

A Nintendo anunciou que o lucro líquido do grupo no ano fiscal encerrado em março caiu 66,1%, a 77,6 bilhões de ienes (US$ 942 milhões). O lucro operacional caiu 52%, a 171,1 bilhões de ienes. As vendas registraram queda de 29,3%, a 1,01 trilhão de ienes.

A empresa foi abalada pela falta de interesse de seus produtos sobretudo nos Estados Unidos na primeira parte do exercício. Além disso, a valorização do iene devorou o faturamento no exterior.

O grupo destacou que espera uma alta de 40% nas vendas nos próximos 12 meses, mas não esconde que o terremoto e tsunami de março terão um impacto no comportamento dos consumidores nipônicos, bom o que nos resta agora  é esperar para ver no que da.